O cenário do compliance nas organizações brasileiras tem evoluído significativamente nos últimos anos, refletindo uma crescente conscientização sobre a importância da conformidade regulatória, ética corporativa e gestão de riscos. Este artigo explora as principais tendências, desafios e oportunidades que moldam o panorama do compliance no Brasil em 2025.
1. Evolução da maturidade do compliance no Brasil
Desde 2015, o nível de maturidade do compliance nas empresas brasileiras tem apresentado uma trajetória ascendente. Em 2024, a média geral de maturidade atingiu o índice mais alto desde o início da avaliação, refletindo o fortalecimento da cultura de integridade em diferentes segmentos.
Esse avanço é atribuído a melhorias em áreas como investigações internas, canais de denúncia (linhas éticas), políticas e procedimentos mais estruturados, governança e cultura organizacional. Setores como serviços financeiros e infraestrutura lideram esse movimento, atingindo níveis mais elevados de maturidade.
O amadurecimento também é perceptível na forma como as empresas reportam e comunicam suas ações de compliance, promovendo maior transparência e engajamento de stakeholders internos e externos.
2. Integração de ESG nos programas de compliance
A integração de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) tornou-se um dos pilares centrais das estratégias corporativas. No Brasil, essa tendência ganha força com iniciativas públicas e privadas que pressionam as empresas a adotarem posturas mais responsáveis e sustentáveis.
Essa nova abordagem amplia o escopo do compliance, que deixa de ser visto apenas como um instrumento de conformidade legal, para se tornar um eixo estratégico de reputação, gestão de riscos e responsabilidade social. As empresas que integram ESG aos seus programas de integridade se posicionam de forma mais competitiva no mercado, com melhores índices de confiança por parte de investidores e consumidores.
No campo regulatório, cresce a exigência de que programas de compliance contemplem aspectos como diversidade, inclusão, impactos ambientais e conduta ética nas cadeias produtivas.
3. Avanços tecnológicos e uso da inteligência artificial
A transformação digital impacta profundamente o cenário do compliance no Brasil. A adoção de ferramentas de automação e inteligência artificial (IA) torna os processos mais eficientes, permitindo a identificação e mitigação de riscos com maior agilidade.
Soluções de IA vêm sendo utilizadas para:
- Monitorar transações suspeitas em tempo real;
- Automatizar auditorias internas;
- Analisar grandes volumes de dados em busca de padrões de inconformidade;
- Gerar alertas preventivos com base em indicadores de risco.
Essas tecnologias reduzem custos operacionais e aumentam a precisão nas análises. Além disso, permitem que as áreas de compliance assumam um papel mais estratégico, focando na prevenção e na cultura organizacional, e não apenas na correção de falhas.
Outro avanço importante é a adoção de plataformas integradas de governança, risco e compliance (GRC), que centralizam dados e facilitam o controle e a rastreabilidade das ações.
4. Evolução do perfil e das competências dos profissionais de compliance
O crescimento do setor exigiu uma nova geração de profissionais com competências mais abrangentes. Hoje, não basta conhecer leis e normas: é preciso compreender o negócio, saber interpretar dados, comunicar riscos de forma clara à alta gestão e desenvolver treinamentos que engajem os colaboradores.
Competências em alta incluem:
- Análise de dados e estatísticas;
- Domínio de tecnologias emergentes;
- Capacidade de atuar de forma transversal com outras áreas (jurídico, auditoria, tecnologia, ESG);
- Comunicação estratégica e gestão de crises.
Há um aumento na valorização dos profissionais certificados e com experiência internacional, mas também na busca por perfis multidisciplinares, capazes de atuar de maneira adaptável em contextos complexos e em constante mudança.
É importante destacar também a crescente presença de lideranças femininas em cargos de compliance, refletindo avanços em diversidade e equidade de gênero na governança corporativa.
5. O papel da alta administração no sucesso do compliance
Outro fator determinante para a efetividade dos programas de integridade é o envolvimento da alta administração. Empresas nas quais conselhos e diretores se engajam ativamente nas políticas de compliance tendem a ter maior sucesso na prevenção de irregularidades.
Esse envolvimento pode ser observado por meio de:
- Revisão e aprovação anual dos programas de compliance;
- Participação ativa em treinamentos e campanhas internas;
- Apoio ao canal de denúncias;
- Comunicação clara sobre a importância da integridade.
A cultura do “tom vindo do topo” (tone at the top) continua sendo um dos pilares mais sólidos para a sustentação de práticas éticas e de conformidade.
6. A importância da gestão de riscos
A gestão de riscos é parte integrante do cenário do compliance nas organizações brasileiras. As empresas vêm adotando metodologias mais sofisticadas para mapear, classificar e tratar riscos relacionados a corrupção, fraude, privacidade de dados, concorrência desleal, conflitos de interesse e outros.
Apesar disso, desafios persistem:
- Muitas empresas ainda apresentam fragilidades na identificação de riscos regulatórios;
- Há carência de recursos (humanos e financeiros) para tratar riscos complexos;
- A gestão de riscos muitas vezes não está integrada à estratégia corporativa.
Empresas que se destacam nesse aspecto são aquelas que adotam abordagens baseadas em dados, utilizam métricas objetivas para avaliar exposição a riscos e promovem auditorias internas regulares.
7. Compliance como vantagem competitiva
O compliance deixou de ser apenas uma obrigação legal para se tornar um diferencial competitivo. Organizações com programas estruturados têm vantagens claras, como:
- Redução de perdas financeiras com fraudes;
- Maior atratividade junto a investidores;
- Melhoria da imagem e da reputação institucional;
- Maior estabilidade e previsibilidade nos negócios.
Além disso, empresas que operam com boas práticas de compliance estão mais preparadas para participar de licitações, atrair parcerias estratégicas e ampliar sua atuação em mercados regulados.
No ambiente internacional, certificações de integridade e transparência são cada vez mais exigidas em operações de comércio exterior, fusões e aquisições.
8. Compliance em empresas de médio porte e startups
Um dos aspectos mais promissores do cenário atual é a disseminação da cultura de compliance em empresas de médio porte e startups. Antes concentrada em grandes corporações, a área vem se expandindo para organizações menores, especialmente nos setores de tecnologia, saúde e financeiro.
Startups, por exemplo, enfrentam desafios únicos: precisam crescer rapidamente, muitas vezes com estruturas enxutas, e ao mesmo tempo garantir conformidade com legislações complexas, como a LGPD.
Para esse perfil de empresa, soluções tecnológicas e programas de compliance modulares têm sido fundamentais. Ferramentas que automatizam treinamentos, gestão de políticas e monitoramento ajudam a manter os custos sob controle sem comprometer a eficácia.
9. Principais desafios enfrentados em 2025
Apesar dos avanços, o cenário do compliance no Brasil ainda enfrenta diversos obstáculos. Os principais incluem:
- Recursos financeiros insuficientes: muitas empresas destinam menos de R$ 500 mil por ano para a área;
- Subestimação da importância do compliance pela alta gestão;
- Falta de indicadores claros de desempenho (KPIs);
- Dificuldades na integração com outras áreas, como jurídico e tecnologia;
- Resistência cultural à transparência e à prestação de contas.
Outro ponto de atenção é a crescente sofisticação das fraudes corporativas, que exigem respostas mais rápidas e estratégicas por parte das empresas.
10. Tendências para os próximos anos
Olhando para o futuro, algumas tendências devem ganhar ainda mais força:
– Maior integração entre compliance, ESG e sustentabilidade
Empresas buscarão programas que reflitam não só a conformidade legal, mas também valores éticos e impacto social positivo.
– Adoção de tecnologias como IA, machine learning e big data
Ferramentas analíticas se tornarão cada vez mais acessíveis, mesmo para empresas de menor porte.
– Formação de ecossistemas de integridade
Parcerias entre empresas, governo, universidades e sociedade civil para criar ambientes colaborativos de promoção da ética.
– Expansão da responsabilidade sobre a cadeia de valor
A conformidade será exigida também de fornecedores, parceiros e terceiros.
– Consolidação de frameworks globais
Empresas brasileiras buscarão alinhamento com padrões internacionais como ISO 37301 (Sistemas de Gestão de Compliance) e ISO 37001 (Antissuborno).
11. Como a BrevenLAW pode apoiar as empresas no cenário atual
Diante desse panorama desafiador e dinâmico, contar com soluções inteligentes é essencial. A BrevenLAW atua justamente nesse ponto, oferecendo uma plataforma de gestão de compliance que simplifica, automatiza e fortalece os programas de integridade das empresas.
Com funcionalidades adaptáveis à realidade de cada negócio, a BrevenLAW permite:
- Mapear e gerenciar riscos;
- Implementar políticas e treinamentos de forma automatizada;
- Monitorar a aderência às normas;
- Controlar acessos e revisões documentais;
- Gerar relatórios gerenciais e indicadores para a alta gestão.
Além disso, a plataforma conta com suporte jurídico e inteligência artificial integrada, garantindo que as empresas estejam sempre atualizadas com a legislação vigente.
Investir em compliance com o apoio da BrevenLAW significa transformar a conformidade em uma vantagem estratégica. É ter uma empresa mais segura, eficiente e preparada para crescer de forma sustentável.
Conclusão
O cenário do compliance nas organizações brasileiras em 2025 é marcado por um amadurecimento contínuo, impulsionado por tecnologia, ESG, mudança cultural e exigências regulatórias cada vez mais complexas. Empresas que adotam uma abordagem proativa e estratégica para o compliance colhem não apenas conformidade, mas também reputação, vantagem competitiva e sustentabilidade a longo prazo.
Mais do que nunca, compliance é sobre proteger o presente e construir o futuro — com ética, inovação e responsabilidade.